A noite está fria.
Tenho corpo gelado.
Não sei como ainda existo.
Tanto que eu gostava
De escrever outras coisas,
Mas tu, musa traiçoeira, que me deixaste.
Abandonaste-me, quando eu
Mais precisava de ti.
Que vou eu fazer, sem a tua inspiração.
Ainda estou gelado.
O meu corpo não reage.
Outras pessoas passam,
E nem pensam o quanto eu sofro.
Fico uma noite a seguir á outra.
Utilizando o mesmo cartão como colchão.
Os mesmos panos como almofada.
Para cobrir, uma fina manta,
Que deixa passar o frio
Pelos buracos que já tem.
Mas musa minha,
Vem, eu preciso da tua ajuda.
Eu quero escrever.
Quero dizer a todo o mundo,
Que embora gelado,
Estou vivo, e bem vivo!
Carlos